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PARQUE NATURAL MUNICIPAL DO RONDA

O Parque Natural Municipal da Ronda é uma Unidade de Conservação administrada pela Prefeitura Municipal de São Francisco de Paula, através da Secretaria de Proteção Ambiental – SEMPA. Foi criada a partir do Decreto Municipal nº 1.671, de 29 de fevereiro de 1996, que foi revogado e substituído pelo Decreto Municipal nº 166, de 12 de abril de 2006 e obteve maior aporte legal através da Lei Municipal nº 2425 de 27 de março de 2007, passando a receber a denominação de Parque Natural Municipal da Ronda – PNMR.

As Unidades de Conservação são espaços com características naturais relevantes, que têm a função de assegurar a representatividade de amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente. As UC asseguram o uso sustentável dos recursos naturais e ainda propiciam às comunidades envolvidas o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis em seu interior ou entorno (MMA, 2011).

O município de São Francisco de Paula, devido a sua localização, possui a maior parte de seu território no planalto dos campos gerais e uma pequena porção – junto ao seu limite sul – na escarpa da serra geral. A área do Parque Natural Municipal da Ronda – PNMR está localizada nessa zona de transição e possui características naturais significativas para resguardar a diversidade biológica, geológica e geomorfológica dessa região. Segundo a Lei Federal nº 9.985/2000 e Decreto Estadual nº 38.814/19983 o Parque Natural Municipal da Ronda (PNMR) integra o grupo de Unidades de Conservação de Proteção Integral. No RS esse grupo é dividido em seis categorias, a saber: Parque Estadual ou Municipal, Reserva Biológica, Monumento Natural, Estação Ecológica, Refúgio de Vida Silvestre, Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN).

O Decreto Estadual nº 38.814/1998 define a categoria Parque Estadual ou Municipal, a qual está enquadrada o PNMR, como: “Unidade administrada pelo Poder Público, tendo como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais, em geral de grande beleza cênica, a realização de pesquisas científicas, o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, de recreação e contato com a natureza e de turismo ecológico.”.

VISITAÇÃO E USO PÚBLICO

Na área do PNMR são desenvolvidas atividades de pesquisa científica, através da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS Campus São Francisco de Paula. Dentre as áreas temáricas de pequisa, destacam-se: sociambietal, botânica, zoologia e ecologia. A visitação no Parque Natural Municipal da Ronda é realizada em dois principais locais: pela parte superior, ao norte, pela Rua Benjamim Constant, onde existem campos nativos e uma bela visão do vale, além de uma cascata e acesso ao topo da cascata da Ronda; pela parte inferior, a Leste, acessada pela Rua do Moinho, na qual existe uma hospedaria conhecida como Parque das Oito Cachoeiras, que explora turisticamente o acesso ao interior do PNMR. Entretanto, existem outras entradas, mais ao Sul, que dão acesso a algumas cachoeiras, como a do Quatrilho e Gêmeas gigantes. 

A visitação no PNMR é tradicional, principalmente para turistas que buscam aproveitar a beleza das cachoeiras e ambientes naturais. Antes da instalação da hospedaria, havia uma área de camping no local, também explorada em forma de turismo. A área do topo é visitada principalmente durante os finais de semana. Existe uma escadaria que dá acesso ao interior da floresta com aracucária e uma bela cascata. Atualmente não existe nenhuma indicação sobre as trilhas ou informações educativas sobre o local. Além da visitação, existem grampos de escalada em alguns pontos de um paredão rochoso, indicando que existe esse tipo de uso

A área mais baixa, no interior do vale é intensamente visitada, principalmente por turistas que utilizam as trilhas do parque de maneira ampla. A principal entrada para acessar as cachoeiras é através da hospedaria, na qual são indicadas a ocorrência de 8 belas cachoeiras. As trilhas são bem conservadas e apresentam diferentes graus de dificuldade. 

FITOGEOGRAFIA E FORMAÇÕES VEGETAIS

 

Além da grande importância regional e da significativa área que ocupa o Parque Municipal Natural da Ronda, possui uma importância estratégica do ponto de vista das formações vegetais que protege, principalmente porque suas geomorfologias, belezas cênicas e tamanho, fazem com que a vegetação seja amplamente diversificada. Além disso, a área do parque compreende extensões dos Campos-de-cima-da-serra, consideradas atualmente como Estepes Gramíneo-Lenhosas (IBGE 2004), os quais são extremamente ricos em espécies endêmicas e ainda carentes de representatividade em unidades de conservação, em virtude da grande heterogeneidade de ambientes e, consequentemente, de comunidades vegetais que apresenta.

Fitogeograficamente, o PNMR está inserido em duas províncias, a Atlântica e a Paranaense, conforme CABRERA & WILLINK (1980), contemplando as diversas formações relacionadas ao Bioma Mata Atlântica. Segundo a classificação fitoecológica do Projeto RADAMBRASIL (IBGE, 1986), o PNMR encontra-se no âmbito geográfico de ocorrência da Floresta Ombrófila Mista Montana (floresta com araucária) e da Floresta Estacional Semidecidual, corroborado pelo Mapa da Vegetação do Brasil (IBGE 2004). Além disso, a área abriga remanescentes da Estepe Gramíneo-lenhosa, nos campos da Ronda e possui forte influência da Floresta Ombrófila Densa, principalmente de alguns epífitos e espécies de famílias tipicamente atlânticas. 

A distribuição local da vegetação do parque é definida através do gradiente altitudinal que abrange sua área. A estrutura geológica é formada por uma borda erodida do grande derramamento de origem vulcânica, constituído principalmente por basaltos, na porção leste do Planalto Sul-Brasileiro. A geomorfologia é composta principalmente por vales profundos, em forma de canhão, com encostas íngremes, em altitudes que variam desde os 400m, nos fundos de vale, até 925 metros, no topo do planalto.

A vegetação do PMNR é formada por um mosaico de fitofisionomias, pertencentes a dois contingentes florísticos distintos, os campos e as florestas. A vegetação atual do Parque Natural Municipal da Ronda é formada por um mosaico de tipologias vegetais e estágios sucessionais, com uma matriz florestal principal, ocupando o vale e as encostas e uma segunda matriz, campestre, ocupando o topo do planalto. Além da vegetação nativa, uma parte da cobertura vegetal é composta por monoculturas de pinus (Pinus elliottii) e eucaliptos (Eucalyptsus spp.). As áreas de agricultura são pouco representadas no parque, ao contrário do passado recente, quando a produção agrícola ocupava grande parte de sua área, de forma que grandes lavouras abandonadas hoje estão em pleno processo de regeneração. 

A chegada ao local, a partir de Porto Alegre, é realizada pela BR 290 (Freeway) até o acesso a Cachoeirinha. Em Cachoeirinha segue-se pela Avenida General Flores da Cunha, continuação natural da Avenida Assis Brasil de Porto Alegre e que desemboca também naturalmente na Rodovia RS 020 no final da área urbana. Segue-se pela RS 020 rumo norte-nordeste por aproximadamente 80 km até o acesso ao município de São Francisco de Paula. No município de São Francisco de Paula segue-se pela Rua Santos Dumont até a Av. Benjamin Constant em direção a RS 020, passando pelo DAER e toma-se à direita na Rua da Ronda.

FORMAÇÃO GEOLÓGICA

Na área do PNMR as formas de relevo estão relacionadas aos derrames basálticos, os quais apresentam morfologia ondulada com topos estreitos e alongados, e drenagens de densidade fina com aprofundamento muito forte dos vales nos quais se encontram inseridas. A seguir serão descritos os aspectos geomorfológicos observados ao longo das unidades Serra Geral e Planalto dos Campos Gerais, inseridas na área de estudos.

O arcabouço geológico da área do PNMR é constituído pelas rochas vulcânicas do Grupo São Bento, agrupadas na Formação Serra Geral, a qual está inserida na Bacia Sedimentar do Paraná. Essa formação compreende o topo da Bacia do Paraná no Rio Grande do Sul e, sotoposta a mesma, encontram-se os arenitos eólicos da Formação Botucatu, inserida no mesmo grupo. A coluna estratigráfica da Bacia do Paraná, a qual inclui os estratos identificados ao longo do planalto do Estado.

A área de estudo é formada por uma sucessão de derrames vulcânicos, de composição básica e ácida, pertencentes à Formação Serra Geral, representados principalmente por riodacitos. Esses derrames deram origem a um relevo de formas escarpadas com vales profundos e desníveis de aproximadamente 100 m, controlados por sistemas de falhas e fraturas. Os litotipos dessa formação afloram sob diversas formas ao longo do PNMR, desde lajeados ao longo das vias de acesso e leitos de drenagens, até afloramentos de maciços rochosos em cachoeiras situadas ao longo das escarpas dos vales.

Fonte: Plano de Manejo do Parque Natural Municipal do Ronda.

 

 

 

 

 

 

 

 

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